
Depois
de mais de um ano de costas voltadas para as escritas da dança (outras
prioridades entretanto a terminar) é hora de voltar. Devagarinho, pois os
tempos não estão para Jives.

Porquê?
A
vida é uma colina, onde se sobe com entusiasmo, ansiando chegar ao topo, para
aí constatar que vem logo a dedadência e começar o esboço de travagem que se
acentua ao longo da descida.
Verifica-se
que, nas fases em que as pessoas podem pensar exclusivamente em si, na infância
e velhice, a dança marca pontos. Será a dança uma atividade egoísta,
forçosamente abandonada quando se trata de aderir à sociedade do trabalho,
realização pessoal e organização familiar?
Não
me parece! Julgo que tudo terá a ver com o binómio exigência/disponibilidade.
A
dança, na sua adaptabilidade, permite todas as concessões quando ainda não se
sabe ou já não se consegue, mas na fase em que não há desculpas, atingir um nível
satisfatório exige uma aprendizagem descartável na cultura de facilitismo que
informa a sociedade atual, e treino incómodo para o comodismo reinante.
Por
outro lado, o contexto social não favorece a dança. Os espaços adequados são
poucos, muitas vezes assoberbados por outras atividades desportivas, e o
convívio através da dança migrou para outras práticas, do recorrente martelar
nos joelhos ombro com ombro das discotecas, ao marcar passo com técnica e
imaginação quase militares dos arraiais.
E,
no entanto, não seria muito mais saudável tirar-se partido das evidentes e
incomensuráveis virtudes da dança durante todo o percurso ao longo da colina da
vida?
Mas,
meus amigos… como é que os convencemos?
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